sábado, 24 de setembro de 2011

Dois dedos de conversa

- Olhaa fez-me lembrar a historia das camisas.

- já nos deram muito que pensar, as camisas.

- e deram!

- há sempre truques que eliminam as nódoas. Nós até as deixamos num lugar à parte para fazer delas trapos, mas depois, ensinam-nos sempre um truque e ele não apaga mas diminui um bocadinho a nódoa e acção atrás de acção os outros já não a vêem. E nós voltamos a vesti-la. Sabemos-lhe o sitio da nódoa mas já não a vemos e isso muda tudo. Há camisas que são difíceis de despir. O problema é quando a nódoa sai e tu sabes que não devia ter saído. Então pões aqueles autocolantes de defeito e eles caem. Há camisas muito difíceis de despir. Acho que até podíamos fazer delas trapos que de tão 'materialistas' as íamos engolir. São as nossas camisas, não deviam ser demais ninguém. Mas, às vezes, aparece alguém com uma camisa igual. E tu percebes que a tua não está mais lá. E quando vez a outra camisa igual percebes que é a tua mas com uma lavagem eficaz, então, aprendes a rir-te do facto de já saberes prever onde vão cair as nódoas, qual é o próximo botão que vai cair e com que frequência se amassam os clarinhos.

- a nódoa não sai, nos é que tapamos os olhos, de tanto olhar para a camisa, é como se já fizesse parte do tecido. Eu espero não ver ninguém com a minha camisa, especialmente quando eu não a deixei de lado!


( Acho que esta conversa acabou por ser a causa do ridiculo que ficamos... para ambas. )

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