Eu sempre fui uma rapariga um pouco insegura, e por isso precisava muito da atenção de quem estivesse comigo, mas eu também contribuía, com toda a fidelidade, amizade, amor, surpresas e força necessárias. Eu cuidava de ti quando estavas doente e tu dizias-me sempre cheio de carinho que gostavas muito de mim e o meu coração enchia-se, como uma onda leve e fresca do oceano. Eu daria a minha vida por ti, e meteria as mãos no fogo pêlo nosso amor.
Amor. «Amor?» perguntei-te, como quem pergunta aquilo que julga ter certezas. E ainda não sei se deveria ter estado calada e apreciado o silêncio do momento. Não teria ouvido aquilo que disseste. Não teria ficado sem ti - ou quem sabe até sim, se estivesses tão certo das tuas ideias que ainda agora não entendo. Afinal queimei-me nesse fogo, e doeu muito. E não me ri, como me teria rido à três ou quatro dias atrás se alguém me tivesse dito que isto iria acontecer. Que te iria perder. Que perderia logo a pessoa que mais amo. Chorei antes as lágrimas mais dolorosas da minha vida, porque afinal o que me aconchegava o leito simplesmente desapareceu. Em segundos. Sem motivos aparentes. E eu estava que nem flor no deserto. O teu sorriso desvaneceu para sempre. Não me deste o direito a um ultimo abraço, a um ultimo conforto, a uma ultima estadia no sítio onde me sentia mais eu, mais amada, mais segura - os teus braços.
Simplesmente foste, e levas-te contigo o meu coração, a arrastar no chão como se nem o conhecesses. Porque o que agora tenho cá dentro é fraco e nem de coração merece ser chamado, são sim pequenos restos de pó das memórias e fragmentos da saudade triste do teu beijo que nem pude saborear com modos, porque nunca julguei existir um ultimo.
Deveria ser proibido sofrer por amor
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